Humildade e obediência à voz do Espírito de Deus

Por Rodolfo Montosa



Era um daqueles dias de grande agitação na Igreja que crescia. Muitas curas e milagres eram seguidos por generosas doações, transformando tudo em comum aos pés dos apóstolos. Embora aqueles recursos não fossem o objetivo da Igreja que nascia e se multiplicava, eram, no entanto, conseqüências da intensidade da presença do Espírito Santo, da comunhão dos santos e do amor que comandava os corações. O fato é que tais recursos permitiam um amplo atendimento aos necessitados.

Mas, naquele dia em especial, as divergências apareceram nas reclamações dos judeus de fala grega porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento em favor dos judeus de fala hebraica. Problemas à vista: o sistema de distribuição de alimentos não estava atendendo a todos, instalando um sentimento de injustiça, intensificando os conflitos. Por conta disso, houve a convocação de uma grande Assembléia entre todos os discípulos, coordenada pelos doze apóstolos, quando, enfim, chegaram à brilhante conclusão de que precisavam transferir a gestão financeira a sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Ao delegarem essa tarefa, focariam seus esforços à oração e ao ministério. Que humildade exigiu esse reconhecimento de investirem outros para a função de gestão!

Esses gestores não eram meros gestores, como tenderíamos a ver com olhos mais limitados a conceitos de administração mal compreendidos. Estamos falando, aqui, de uma estirpe de gestores gerados pelo Espírito de Deus, cheios da graça e do poder de Deus, homens capacitados para realizar grandes maravilhas e sinais entre o povo. Estirpe semelhante a José, Daniel e tantos outros ungidos para governar as finanças e recursos do reino de Deus. Pessoas levantadas em uma vida de santidade, cuja sabedoria e Espírito com que falavam não podiam ser resistidos. Pessoas comprometidas com Jesus, seu reino e seus valores.

Acertaram os apóstolos e os gestores

Os apóstolos acertaram por reconhecerem que não tinham dons para tratar dos assuntos, por compreenderem que sua missão poderia ser sacrificada, por discernirem que seu foco estava ligado ao pastoreamento das ovelhas, ao ensino da Palavra e às orações, por saberem escolher pessoas qualificadas e com o coração voltado à nova função que se criava, tudo na direção do Espírito Santo.

Os gestores acertaram por promoverem uma justa distribuição dos recursos que lhes eram confiados, por exercerem sua função de mordomia com eficácia e amor, por fazerem tudo com muita fé, sendo instrumentos de Deus para a operação de maravilhas, por desempenharem seu papel com primazia e cumprirem sua missão, tudo na direção do Espírito de Deus.

Encabeçando a lista dos sete gestores, encontramos o nome de Estêvão. Acusado à custa de testemunhas subornadas, foi intensamente ousado e cheio de sabedoria em seu discurso que o levaria à morte. Seus assassinos o agrediram pela ignorância e pela manifestação de um coração mau e cheio de pecado. Não podiam negar seu dom de zerar a fome, promover bem-estar, trazer paz e distribuir o que havia sido multiplicado.

Com este exemplo em mente, podemos olhar para a Igreja nos dias de hoje e refletirmos um pouco. A Igreja nunca teve tantos recursos financeiros, imóveis e pessoas como tem hoje em dia. Contudo, a fome está ao nosso redor. No Brasil, estima-se que 23 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de indigência, o que equivale dizer que 13% da população tem renda inferior ao valor de uma cesta de alimentos que permita a ingestão mínima de calorias diárias, ou seja, passam fome. Não é sem-razão que existem 170.000 detentos em 512 prisões representando um dos 10 maiores sistemas penais do mundo, que cresce, aproximadamente, 6% ao ano.

Precisamos de “apóstolos” (leia-se pastores) que reconheçam suas limitações e focos ministeriais e que valorizem o ministério dos gestores. Precisamos de gestores dispostos a darem suas vidas e talentos a serviço do reino de Deus, pois, afinal, o primeiro mártir da fé foi um gestor! Assim que a história de gestão foi escrita nos primeiros dias da Igreja em Atos: pessoas integradas exercendo seus dons e talentos a serviço do reino de Deus.

O autor é diretor do Instituto Jetro. www.institutojetro.com
Via ICP

1) Deixar de falar "com Deus" para apenas falar "sobre" Deus, reduzindo-o unicamente ao objeto de seu estudo.


2) Desrespeitar as reflexões bíblicas dos leigos.

3) Tornar-se excessivamente racional, a ponto de confinar a vida cristã a uma mera questão de posições teológicas.

4) Formular proposições sem os devidos cuidados, uma vez que muitas pessoas farão de suas palavras uma norma de fé e conduta.

5) Ser facilmente persuadido de suas posições doutrinárias por descobertas científicas que não desfrutam do consenso das autoridades no assunto.

6) Aceitar apenas o que o satisfaz ou o impressiona intelectualmente.

7) Enfatizar uma única doutrina das Escrituras, minimizando as demais.

8) Manipular a verdade, transformando-a em um meio de triunfo pessoal.

9) Construir uma posição doutrinária fundamentando-a em passagens bíblicas controversas.

10) Basear-se em experiências individuais e exclusivas, sem respaldo bíblico, para defender suas posições.

11) Ser excessivamente relativista, a ponto de não ser capaz de definir os conceitos bíblicos absolutos.

12) Não possuir uma posição definida sobre os pontos doutrinários fundamentais da fé cristã.

13) Criar conjetura em campos da ciência que não conhece o suficiente.

14) Intentar qualquer tipo de sincretismo com outras teologias não-cristãs ou pseudocristãs.

Princípios de um bom governo na igreja

Por Rodolfo Montosa

Jesus gerou a Igreja-organismo. E a Igreja-organismo, por sua vez, produziu a Igreja-organização. E fez isso para poder operar, expressar-se, viver em seu contexto e geração. A Igreja-organização deve promover e estimular a Igreja-organismo, pois foi criada exclusivamente para isso. A história nos ensina, contudo, que a tendência natural da Igreja-organização é buscar seus próprios interesses, dissociando-se da Igreja-organismo. A Igreja-organismo constrói sua autoridade na fé, no sangue muitas vezes derramado de seus mártires, nos carismas e na unidade da comunidade. Ao constituir, com as melhores intenções, a Igreja-organização, dota-a de poder. Então, a Igreja-instituição (ou Igreja-organização) passa a exercer o poder recebido, esquecendo-se, muitas vezes, que esse poder não é seu originalmente: “A lógica do poder é querer mais poder, conservar-se, preservar-se, entrar em compromissos e, caso corra risco, fazer concessões para sobreviver”. Assim caminha a Igreja-organização em busca de sua própria autonomia, pois nela existe a semente e o instinto de sobrevivência. Insubordina-se, por natureza, sempre que não for submetida a forças que a obriguem a se render à Igreja-organismo. Corre todos os riscos que a própria humanidade corre de se corromper, desviar-se de sua finalidade e se distanciar de seu Criador.

É possível que o governo da Igreja possa se defender de si mesmo? É possível construir mecanismos de blindagem da inclinação natural à corrupção? É possível assegurar que a Igreja-organização cumpra fielmente sua missão em submissão à Igreja-organismo?

Em primeiro lugar, existe um ambiente estranhamente favorável para a depuração de todo o tipo de corrupção no governo da Igreja. Esse ambiente é a perseguição. Durante todo tipo de perseguição na história da Igreja, e não é diferente nos dias de hoje, somente permaneceram (nem sempre vivos) aqueles que verdadeiramente pertenciam à Igreja-organismo. A marca dos líderes investidos na posição de governo da Igreja perseguida é semelhante ao dos dias de Atos. Assim como Estêvão, colocado na posição de governo da Igreja, martirizado por sua fé, “a autoridade destas pessoas vem pela vivência exemplar do mistério de Cristo e não pelo poder sacro de que foram investidas”.

Mas o ambiente de liberdade (muitas vezes, enganosa liberdade, como nos dias da institucionalização da Igreja por Constantino) exige práticas e princípios que, ao menos, tentam mitigar esse risco de perversão e devassidão. Alguns princípios podem, sim, ajudar no difícil desafio de governar a Igreja-organização no foco da Igreja-organismo, tais como: liderança partilhada, flexibilidade, transparência, eqüidade, prestação de contas, cumprimento das leis e ética.

O princípio da flexibilidade

“Desde os tempos de Jesus, a liderança tinha de ser partilhada”. E Jesus demonstrou isso quando enviou os apóstolos, de dois em dois, para proclamar o evangelho. Fundaram novas Igrejas, constituíram grupos de líderes, chamados “anciãos” (porque eram membros mais antigos), ou “bispos” (literalmente, “os que supervisionam”), ou “diáconos” (que significa “servos”). O título não importava, mas, sim, a tarefa — supervisão e serviço. Sempre grupos de pessoas. Toda a centralização excessiva aumenta o risco de desvio da Igreja-organização. A Bíblia ensina claramente que os dons do Espírito Santo são distribuídos, o que justifica que o governo deve incluir e compartilhar o poder.

“Sobre o tipo de governo que uma Igreja deve adotar, a Bíblia ensina princípios e não padrões”, por mais que alguns queiram insistir que são padrões as estruturas X,Y ou Z ou os cargos e funções A, B ou C. Por essa razão, assim como as soluções foram acontecendo ao longo da Igreja neotestamentária (p. ex.: Estêvão), o governo da Igreja deve ser flexível o suficiente e as estruturas, os códigos e os mecanismos de decisão surgirem como solução para as questões de seu tempo e, quando necessário, serem transformados, para que os novos desafios sejam atendidos. Na prática observada, entretanto, “as estruturas das igrejas têm, repetidamente, aprisionado a Igreja, assim como os contêineres, que inibem a fermentação, podem matar a vida do vinho — e ninguém pode sentir o aroma e o sabor”. A Igreja-organização deve servir e se adaptar às necessidades da Igreja-organismo, não o contrário.

O princípio da transparência

Outro importante princípio no governo da Igreja deve ser a transparência. Os líderes são chamados, assim como todos os cristãos, para andar na verdade, na luz, para fugir do que é obscuro, oculto, escuso. A coerência chama à existência a transparência. A transparência deve estar presente na vida pessoal, nos relacionamentos, na vida financeira e, é claro, na vida ministerial. Nesta última, ser um líder transparente é satisfazer às diferentes necessidades de informação dos diversos públicos com os quais a Igreja se relaciona, dentro de sua denominação, entre os diversos líderes internos, entre seus participantes e na comunidade em que está inserida. Um governo transparente tem apoio espiritual por meio da oração, desperta a confiança daqueles que estão à sua volta e mostra sua dependência do Espírito Santo.

O princípio da eqüidade

O princípio da eqüidade se refere ao tratamento justo e equânime entre os líderes e os diversos níveis de estrutura de governo. Na verdade, a eqüidade está entre as práticas de boa governança que mais pode estimular o bom funcionamento do trabalho. Isso porque, pela eqüidade, é possível despertar nas pessoas o sentimento de que todos, independente da função que desempenham, têm a mesma importância para o resultado final da missão. Entre os problemas para colocar a eqüidade em prática, inclusive na igreja, estão as preferências pessoais e o nível de afetividade para com determinadas pessoas ou, até mesmo, para com algumas áreas de atuação. Dois textos bíblicos inspiram o tema: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1) e “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9).

O princípio da prestação de contas

Estamos diante de mais um importante princípio para um bom governo: a prestação de contas. Em Lucas 16, Jesus conta mais uma parábola para despertar seus ouvintes quanto à necessidade da prestação de contas. Para o rico senhor da parábola, a prestação de contas era um pré-requisito, uma prática que deveria ser natural e contínua. Caso contrário, desabilitaria o mordomo a permanecer no cargo. Na prática, a prestação de contas serve para conferir se os mordomos que servem na Casa de Deus têm a visão afinada com a do seu Senhor. Representa, acima de tudo, segurança, tanto para quem presta contas como para quem recebe a prestação de contas. Isso porque, caso o mordomo planeje executar o serviço de outra maneira que não aquela estipulada (ou seja, fora da visão), há tempo para que o erro seja evitado.

A prestação de contas nada mais é que o relatório periódico feito por parte dos agentes de governança a quem os elegeu, nomeou e/ou contratou. É algo difícil de se cumprir, pois incorre em avaliação e exposição. Poucos são aqueles que gostam ou aceitam ser avaliados. A prestação de contas deve ser periódica, ter os critérios definidos e comparados com períodos anteriores e envolver números (critérios objetivos) e histórias (critérios subjetivos). Ela ajuda o líder a se proteger de si mesmo, atentando para o fato de que quase todos, conscientemente ou não, têm uma inclinação a ser manipulador, ou seja, “alguém que explora, usa e controla a si mesmo e os outros como ‘coisas’, de forma que cause o próprio fracasso”.

O princípio do cumprimento às leis

Faz-se necessário enfatizar que um bom governo da Igreja deve cumprir as leis do país em que está inserido. Alguns líderes acreditam que, por fazerem parte do povo de Deus, estão acima das leis dos homens, típica soberba da Igreja-organização em processo de corrupção pelo poder. Para cumprir as leis, um líder deve observar, de maneira preventiva e perspicaz, as implicações legais de todas as decisões tomadas e transações realizadas em sua igreja. Afinal, como Paulo escreveu aos irmãos da Igreja de Corinto, “zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (2Co 8.21). Perante o Sistema Jurídico brasileiro, o “não cumprir por ignorância” não é válido, por isso, é melhor se precaver buscando uma boa assessoria legal. Isso é ser responsável.

O princípio ético

Um último princípio para um bom governo é a ética. É a definição dos valores que regem o comportamento dos integrantes da Igreja-organização em seus relacionamentos internos e externos. Nos aspectos internos, podem-se abordar as interações dos componentes da Igreja-organização com seus pares, autoridades estabelecidas, outros departamentos ou ministérios internos. Nos aspectos externos, podem-se estabelecer as interações com pessoas e órgãos públicos, fornecedores de bens e serviços, meio ambiente, outras igrejas, sindicatos e associações e partidos políticos. Para melhor compreensão deste princípio, vale diferenciar o que é ético, o que é moral e o que é legal.

“Ética se relaciona ao ambiente mais imediato da organização ou da igreja, como seus padrões de comportamento, política, valores, relacionamentos e tomada de decisões. Já moralidade, baseia-se num padrão absoluto — a Bíblia. Por último, legalidade se refere a uma lei codificada”.

De maneira simples, se alguma coisa é ilegal, é porque está violando a lei. Se é imoral, é porque não está em conformidade com algum padrão bíblico. Se é antiético, é porque está em desacordo com práticas e padrões aceitos na comunidade mais próxima. A Igreja-organização pode viver diversas situações resultantes da combinação desses fatores. Por exemplo, situações ilegais, mas que não são imorais. Situações éticas, mas ilegais. Situações imorais, porém, eticamente aceitas na comunidade.

Esses são apenas alguns exemplos. O alvo da Igreja-organização é alinhar seus padrões éticos aos valores morais bíblicos e à lei codificada que a rege perante as autoridades públicas.

Notas:

1 BOFF, Leonardo. Igreja: carisma e poder, p.91.
2 Ibid., p. 87.
3 KEELEY, Robin (org.). Fundamentos da teologia cristã, p. 274.
4 RYRIE, Charles C.. Teologia Básica, p. 467.
5 SNYDER, Howard A. e RUNYON, Daniel. Decoding the Church, p. 61.
6 DUNNAM, Maxie e HERBERTSON, Gary. The manipulator and the Church, p. 83.
7 BIEHL, Bobb e ENGSTROM, Ted. The effective board member, p.9.

O autor é diretor do Instituto Jetro. www.institutojetro.com


Igreja - Realidade espiritual e organizacional

Por Rodolfo Montosa

Temos percebido uma constante e crescente tensão entre dois extremos na liderança cristã-evangélica. De um lado, aqueles que passo a chamar de “profetas espiritualistas”, porque, em nome da essência relacional do evangelho, da sublimidade da missão, da profundidade existencial do conteúdo bíblico e da adoração contemplativa, sacam seu arsenal verborrágico contra toda e qualquer expressão organizacional da Igreja, fixando-se, obcecadamente, em comparação inexata e parcial com empresas de mercado. Do outro lado, aqueles que passo a chamar de “líderes pragmáticos”, porque em nome do reino de Deus, da carência dos necessitados, do cumprimento de seu chamamento e de sua própria visão, voltam-se, alucinadamente, para a obtenção de resultados objetivos em seus ministérios, ignorando, por completo, a crítica dos primeiros ou qualquer outro tipo de reflexão teológico-bíblica, por considerarem iniciativas desse tipo absoluta perda de tempo. Quem, afinal, está certo? Simultaneamente, os dois e nenhum. Sendo assim, passemos a algumas questões.

Crentes são clientes? Congregação é uma franquia? Pregação é marketing? Apelo é fechamento de vendas? Aconselhamento, ensino e orações são serviços prestados? E o que dizer do dízimo, seria o pagamento pelos serviços? Contudo, têm empregados, recolhem encargos, têm CNPJ, fazem sua contabilidade, têm fluxo financeiro constante de recebimentos e pagamentos, acumulam patrimônio, realizam assembléias, fazem prestação de contas, localizam-se em um endereço estratégico, estão na lista telefônica, contratam, destratam e muito mais. O que é isso, então? Simultaneamente, a realidade espiritual e organizacional da Igreja.

Na realidade espiritual, tudo está centrado em Cristo: sua morte sacrificial, sua ressurreição, seu perdão, nosso arrependimento, nossa confissão, a reconciliação, o reaprendizado, a transformação, a constatação externa da mudança interior, o testemunho, a divulgação dessa graça, a permanente renúncia, o crescimento espiritual, o relacionamento renovado com Deus e com o próximo.

Na realidade organizacional, tudo está centrado nas pessoas: a regularidade dos encontros, seu conteúdo, o atendimento das necessidades, a formação educacional, o local, o horário, o programa, o som, as cadeiras, a decoração, os compromissos financeiros conseqüentes, os desafios para alcançar outros, a mobilização para fora, o senso do ir, do fazer acontecer, do se importar.

O grande desafio para todos, então, é conciliar essas duas realidades concomitantes. Não se levantar contra uma, como forma de exaltar a outra. Muito menos focalizar uma e ignorar a outra. Buscar as motivações santas e íntegras do coração na melhor excelência e destreza das mãos.

Se os espiritualistas insistirem em ignorar a realidade organizacional da Igreja, agindo inconseqüentemente, sem buscar resultados para o reino de Deus, por favor, renunciem seus salários, doem o patrimônio acumulado, dispensem os empregados, rasguem as atas, abandonem os programas de ensino, as liturgias programadas, os planos futuros, etc. Estão convidados à frustração ministerial. Mas não se esqueçam de apagar as luzes no final.

Se os pragmáticos insistirem em ignorar a realidade espiritual da Igreja, agindo sem temor e santidade, por favor, aproveitem ao máximo tudo o que arrecadarem, insuflem-se ao extremo do prazer da autopromoção, pois, naquele dia, muitos dirão a Jesus: “Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então, Ele lhes dirá claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal!’”.

Aos que buscam o cumprimento integral de seu chamamento, mesmo sabendo da permanente tensão dessas realidades, busquem com alegria e com o coração o ministério de pastor, aprendendo e reaprendendo conforme os dons do Espírito distribuídos na Igreja, liderando e conduzindo com excelência. Entendam a importância da equipe que complementa e viabiliza a continuidade da missão. Respeitem as leis naturais do organismo e da organização. Tenham piedade e competência. Contemplem-se na adoração e atuem com responsabilidade social. Sejam servos e mordomos. Manejem bem a Palavra da Verdade e administrem as finanças com prudência e inteligência. Tenham toda a iniciativa no servir e toda a dependência de Deus no liderar. Vivam com sabedoria e intensidade as realidades espiritual e organizacional da Igreja.

O autor é diretor do Instituto Jetro. www.institutojetro.com

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A EFICÁCIA DE JESUS NA FORMAÇÃO DE SUA EQUIPE

Por Rodolfo Montosa

Provavelmente, seu sonho, como líder, é ter uma equipe capaz e apaixonada pela obra e por Deus. Uma equipe visionária e eficiente. Parece utopia, mas não é. Jesus teve uma equipe cheia de falhas, formada por pecadores como nós, mas que foi amplamente vencedora. Para termos uma equipe semelhante, precisamos aprender e conhecer os passos de Jesus ao selecionar o seu “time”. Seguem seis princípios de sua liderança

1. Jesus identificou o perfil de seus comandados

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1.17).

Jesus buscava ajudadores que tivessem duas características: paixão e competência. As perguntas fundamentais na escolha de uma equipe são: “Onde está o seu coração?” e “Qual é a sua competência?”. Entendo por “competência” o conjunto de habilidades, unção, conhecimento e experiência. Já a “paixão” ou “coração”, é o caráter, a intenção, o compromisso e os valores pessoais.

Nas igrejas, há aqueles que são apaixonados por um ministério, mas não demonstram competência para atuar nele. Como exemplo, existem aqueles que se sentem plenamente realizados atuando no louvor, mas basta ouvi-los cantar para saber que não têm vocação para o canto fora das quatro paredes do seu banheiro. Em alguns casos, um pouco de técnica resolve. Em outros, não.

Há, ainda, o crente competente para cantar, mas que não coloca o coração nisso. Assim, o conhecimento é quase inútil, a dedicação se torna obsoleta e os frutos do ministério, escassos. O melhor é tentar atrair o coração dessa pessoa, mas sem autoritarismo. Isso precisa ser obra do Espírito Santo e não de homens. Caso essa atração não ocorra, cabe ao líder planejar uma substituição. Nem sempre o conhecimento basta.

Por fim, há aqueles que atuam em área onde são incompetentes e não têm nela o seu coração. Geralmente, estão lá por determinação de alguém que o “empurra”, na melhor das intenções. Aí só há uma saída: retire-o de lá com urgência. Não receie abrir lacunas. Ore e Deus proverá.

2. Jesus selecionou alguns

“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles...” (Lc 6.12,13).

Não vemos outra forma de alcançarmos um ministério bem-sucedido a não ser pela busca incessante da direção do Pai. Jesus orou antes de formar sua equipe. Um princípio básico, simples e eficiente. Jesus se dedicou pessoalmente ao processo de escolha e foi pró-ativo nessa seleção. Conviveu com seus discípulos, caminhou com eles, conheceu seus anseios.

Um ponto interessante na atitude de Jesus é que Ele escolheu justamente aqueles que tinham uma ocupação. Acreditamos que é melhor liderar pessoas engajadas em determinado trabalho — ou que pelo menos já o foram — do que liderar pessoas desocupadas. Pessoas trabalhadoras se encaixam melhor no perfil de uma equipe ideal. Estar ocupado significa se envolver naquilo a que se propõe. Ou seja, dedicar o coração, a alma e a vida.

3. Jesus capacitou os escolhidos

Não há como falar sobre o processo de escolha dos discípulos sem fazer alusão à frase “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. No reino de Deus, capacitação é primordial. “Então, começou a ensinar seus discípulos”. É o que narra Marcos quando fala sobre essa relação de ensino entre Jesus e sua equipe. O próprio Espírito Santo foi enviado com a tarefa de nos “ensinar todas as coisas”.

A capacitação é o ato intencional de fornecer meios para proporcionar uma aprendizagem que, invariavelmente, representa mudança no comportamento humano. E essa mudança decorre dos novos conhecimentos, do desenvolvimento das habilidades, da lapidação das atitudes e da formação de conceitos.

Treinar um membro da equipe pode ser trabalhoso, mas é fundamental para que o ministério não se perca. Quando a igreja tem membros bem treinados, ela se desenvolve melhor. E a recíproca é verdadeira. Igrejas maduras, bem desenvolvidas, valorizam a capacitação.

4. Jesus deu o direcionamento

Jesus também orientou como os setenta deveriam agir (Lc 10.1). Falou desde o que deveriam levar até como deveriam se comportar. A missão era clara e bem definida. Jesus enxergou o objetivo, montou a equipe, comunicou, instruiu e encorajou os envolvidos. Tudo isso para que considerassem a importância da missão para a qual estavam sendo escolhidos.

Assim como Jesus, o líder precisa orientar sua equipe e conduzi-la à visão que Deus lhe deu. É função do líder direcionar a obra, isto é, definir metas em cada etapa, o papel de cada um no processo e acompanhar todo o andamento da missão, não deixando que as coisas ocorram ao “acaso” ou no improviso.


5. Jesus avaliou o trabalho

O feedback, ou a reação dos envolvidos nos processos — locutores, interlocutores e receptadores — é fundamental para o sucesso. Sem avaliar os resultados de cada etapa, corre-se o risco de desperdiçar informações importantes para as próximas execuções. Em pelo menos duas ocasiões, Jesus reagiu ao comportamento dos discípulos e deixou claro uma opinião sobre os fatos. Vejamos:

• “Roguei a teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze o teu filho” (Lc 9.40,41).

• “Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! [...] Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai [...] E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes” (Lc 10.17, 24).

Esses dois momentos se referem ao mesmo assunto: expulsão de demônios. Em um caso, Jesus repreendeu os discípulos por não terem conseguido expulsar, no outro, eles se surpreenderam pelo fato de os demônios se submeterem.

Um dos objetivos de avaliar a equipe é descobrir onde é preciso concentrar nossos ensinamentos. A avaliação é um meio, não um fim. Deve ser relativa ao objetivo desejado, mas observa também as habilidades e as atitudes em evidência no grupo. Avaliar é essencial tanto para reforçar o que é positivo como para punir o que é negativo, resultando em ajustes. Perceba que Jesus em um momento reprovou, mas no outro, aprovou o comportamento da equipe — o que evidencia sua capacidade de olhar qualidades e defeitos com a mesma intensidade.

6. Jesus incentivou sua equipe

“Ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” (Lc 18.29,30).

O maior incentivo de quem serve deve ser agradar o Senhor. Não há alegria maior para um servo do que sentir que Deus está feliz com suas atitudes e trabalho. Por isso, creio que o maior incentivo de quem serve é que se permita que ele sirva mais.

Incentivar a equipe é estar atento à satisfação de todas essas diferentes necessidades das pessoas. Uma organização ou agrupamento não deve pretender suprir todas as necessidades de alguém, mas deve ser sensível para conhecer o estágio em que cada um se encontra e procurar fazer o melhor para ajudar cada pessoa em seu momento de vida.

Estes seis princípios observados na vida de Jesus, durante a formação de sua equipe, podem e devem ser perseguidos pelos líderes. Imitar Jesus abrange todos os aspectos de seu caráter perfeito e seu procedimento exemplar. Nele não havia pecado, por isso, tudo o que pudermos observar é digno de ser imitado. Devemos sempre aprender com o nosso Mestre!

O autor é diretor do Instituto Jetro. www.institutojetro.com
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A sedução dos rpgs na vida das crianças

Por Julio Severo


“Olhos que não desgrudam da tela, mãos no mouse, rostos tensos, respiração acelerada. Os fones de ouvidos facilitam a percepção do inimigo. Crianças, adolescentes e jovens não se distraem com nenhum movimento além do alvo, que pode estar ao seu lado, no outro quarteirão, em outro estado ou num país distante…”1.

Os jogos de computador são tão avançados e sofisticados em tecnologia que é quase impossível distinguir o mundo virtual da realidade. A maioria é feita de tal maneira que o jovem se sente como se realmente estivesse vivendo o que está jogando. Não é então de admirar que a febre dos games esteja se espalhando rapidamente. Pesquisas apontam que adolescentes, e até mesmo adultos, estão passando mais e mais tempo mergulhados no mundo dos RPGs.

Não é anormal um jovem gostar de um jogo, porém, os RPGs podem levar o jogador a experiências além das simples fantasias.

RPG é uma sigla em inglês que significa role-playing game (jogo de interpretação de personagem). Nesse tipo de game (jogo), o jovem adota o papel de um personagem e o treina e equipa com poderes e armas especiais durante o curso do game ou série de games. A influência ocultista destes jogos pode, como conseqüência, trazer confusão espiritual e, em casos extremos, colocar o jogador em contato com atividades demoníacas.

Calabouços & dragões

Quem joga um RPG com personagens e situações espirituais negativas pode entrar num mundo que é muito mais do que só fantasia e esse tipo de jogo tem atraído milhões de adeptos apaixonados. Com ou sem Internet, um jovem pode ficar 24 horas por dia ocupado só num RPG. Há casos de jogadores que passam um dia, um mês ou até mais de um ano no mesmo game! O primeiro e mais famoso jogo de interpretação de personagens é Dungeons & Dragons (Calabouços & Dragões). Lançado em 1974, Dungeons & Dragons (D&D) envolve o jogador com personagens identificados como bruxos, feiticeiros e magos e estima-se que mais de 160 milhões de jovens no mundo inteiro tenham jogado D&D, tornando-o o RPG de maior sucesso de todos os tempos.2 Há hoje muitas e diferentes versões para computador de D&D.

Afinal de contas, o que é esse jogo que tem um rastro de tanto sucesso? A escritora Pat Pulling define D&D da seguinte maneira: “Um jogo de interpretação de papéis de fantasia que usa demonologia, feitiçaria, vodu, assassinato, estupro, blasfêmia, suicídio, insanidade, perversão sexual, homossexualidade, prostituição, rituais satânicos, jogatina, barbarismo, canibalismo, sadismo, invocação de demônios, necromancia, adivinhação etc.3

A Srª Pulling sabe do que está falando. Anos atrás, seu filho de 16 anos cometeu suicídio e uma investigação policial revelou que o rapaz estava afundado no satanismo. A Srª Pulling ficou perplexa porque, sendo judeus, ela e seu marido estavam devidamente conscientes do perigo do ocultismo, porém, desconheciam completamente as experiências espirituais negativas do filho. Vasculhando melhor as coisas do adolescente, ela descobriu o grau de envolvimento dele com o D&D e como ele estava realmente vivendo e aceitando os padrões espirituais do jogo. De acordo com o andamento do jogo, o rapaz recebeu uma maldição de morte de outro jogador e tudo acabou em seu suicídio.4

Contudo, esta morte trágica não foi a última envolvendo o D&D. O quadro abaixo nos mostra alguns casos registrados

1. Michael Dempsey, de 17 anos, se suicida com um tiro na cabeça em 19 de maio de 1981. Testemunhas o viram tentando invocar os demônios do D&D minutos antes de sua morte.

2. O jogador de D&D Steve Loyacano se suicida por envenenamento de monóxido de carbono em 14 de outubro de 1982. A polícia afirmou em relatório que coisas satânicas que ele escrevia e uma nota de suicídio ligavam sua morte ao D&D.

3. O jogador de D&D Timothy Grice, de 21 anos, comete suicídio com um tiro em 17 de janeiro de 1983. O relatório do detetive comenta: “D&D se tornou realidade. Ele achava que não estava preso a esta vida, mas que podia partir e voltar, por causa do jogo”.

4. O jogador de D&D Steve Erwin, de 12 anos, se suicida com um tiro em 2 de novembro de 1984. O relatório do detetive dizia: “Sem dúvida, D&D lhe custou a vida”.

5. O jogador de D&D Sean Sellers, de 14 anos, foi condenado à morte por matar os pais e o funcionário de uma loja em 11 de janeiro de 1987. Antes de ser executado, ele entregou sua vida a Jesus. Ele confessou que seu envolvimento com o satanismo começou com o RPG D&D.5

Títulos e palavras que revelam

Devido ao enorme sucesso do D&D, muitos RPGs procuram seguir, de uma forma ou de outra, seu estilo. Embora outros jogos tenham títulos diversos e diferentes, os personagens e seus poderes seguem o exemplo espiritual que D&D deixou. Vamos, então, conhecer alguns termos usados em D&D e outros RPGs. Os títulos originais são em inglês, mas os jogos nunca deixam de trair sua essência espiritual. Só pelos títulos traduzidos dos games já é possível entender que há muito mais do que só fantasia. Vejamos:

• Igual a Deus, Espada e Feitiçaria, Calabouço de Túmulos, Necromancista (indivíduo que invoca os mortos), Advanced Dungeons and Dragons (muitas e diversas versões), Paranóia, Paranormal, Terra dos Mortos, etc.

Os manuais e livros de RPGs têm os seguintes títulos interessantes (conforme apuração que fiz num site americano de venda de produtos de RPGs em maio de 2003):

• Manual monstruoso
• Livro de magia
• A opção do jogador: feitiços & magia
• Manual completo do bárbaro
• Livro completo dos elfos
• Livro completo dos gnomos
• Manual completo do sacerdote
• Manual completo do ladrão
• Manual completo do bruxo
• Livro completo dos anões
• Livro completo dos vilões
• Manual completo dos druidas
• Guarda das portas do inferno
• Culto do dragão
• Servos da escuridão
• Volta ao túmulo dos horrores
• Sementes do caos
• Filhos da noite
• Forjado nas trevas
• Enciclopédia da magia (vários volumes)
• Compêndio dos feitiços do bruxo (vários volumes)
• Xamã
• Entre muitos outros

Veja, agora, o significado de alguns termos, inclusive seus originais em inglês em itálico:

Gnomo: (Gnome) Designação comum a certos espíritos, feios e de baixa estatura que, segundo os cabalistas, habitam o interior da terra e têm, sob sua guarda, minas e tesouros. Demônio, duende.

Elfo: (Elf, elves) Gênio aéreo da mitologia escandinava que simboliza o ar, o fogo, a terra etc. Ser sobrenatural de baixa estatura que causa intrigas e agitações. Duende. Demônio. Gnomo.

Anão: (Dwarf, dwarves) Ser sobrenatural de baixa estatura que parece um homem feio e deformado. Duende. Demônio. Gnomo.

Dragão: (Dragon) Na Bíblia, o dragão é o próprio Satanás (Cf. Ap 20.2).

Xamã: (Shaman) Especialista a que se atribui a função e o poder, de natureza ritual mágico-religiosa, de recorrer a forças ou entidades sobrenaturais para realizar curas, adivinhação, exorcismo, encantamentos etc.6

Nos RPGs, o jogador pode assumir personagens e papéis como feiticeiro, druida e outras ocupações ligadas à bruxaria. Entre os vários papéis que o jogador pode representar estão:

1. Bruxo (Wizard): Personagem que, como na vida real, pode lançar encantamentos e utilizar os poderes da magia para vencer os obstáculos do jogo e os inimigos.

2. Bruxa (Witch): Mesmo significado do anterior.

3. Mago (Magus, mage): Personagem semelhante ao bruxo que utiliza as forças das trevas para adquirir mais poder e controle sobre as situações.

4. Sacerdote (pagão) ou druida (Priest, druid): Personagem religioso que destrói os problemas e cura as doenças por meio de feitiços e poderes mágicos. Os druidas eram sacerdotes celtas que viviam na Grã-Bretanha e na Gália, antes do cristianismo. Eles adoravam o sol e criam na reencarnação.

5. Ladrão (Thief): Personagem que, como na vida real, rouba suas vítimas.

Até mesmo os personagens que não têm uma ocupação nitidamente ligada à bruxaria são obrigados, para sobreviver no jogo, a aprender a usar a magia e lançar encantamentos contra seus oponentes. Os defensores dos RPGs ocultistas afirmam que o único problema nesta questão é o “radicalismo dos cristãos contra os mitos”. Mas será mesmo? Um grupo de bruxos na Grã-Bretanha reconhece que os livros de Harry Potter, que supostamente só contêm “mitos”, estão ajudando crianças no mundo inteiro a se interessar mais pela bruxaria.7

Como cristãos, não podemos desenvolver poderes mágicos, imaginários ou reais, para derrotar e destruir nossos inimigos. O poder espiritual do cristão vem da oração feita no nome de Jesus, e esse poder deve ser utilizado para curar e abençoar as pessoas e destruir as opressões na vida delas. Por coincidência, uma parte considerável dessas opressões tem origem exatamente nas forças espirituais que os símbolos, personagens e papéis dos RPGs representam na vida real. É claro que os RPGs não são a causa de todos os problemas relacionados com a bruxaria na sociedade, mas podem ser considerados como uma das portas de entrada para influências demoníacas.

Muitas questões e práticas de feitiçaria são consideradas meras fantasias pela sociedade, porém, Deus alerta: “Não permitam que se ache alguém entre vocês […] que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas…” (Dt 18.10-12b, NVI).

Poderíamos parafrasear o alerta de Deus da seguinte forma: “Não permitam que se ache entre vocês entretenimento contendo personagens que pratiquem adivinhação, ou se dediquem à magia, ou façam presságios, ou pratiquem feitiçaria ou façam encantamentos…”. O que precisamos fazer então é deixar que o Espírito Santo coloque em nós o mesmo sentimento de aversão que Deus tem com relação a tudo o que nos prejudica.

A febre do Yu-Gi-Oh

Desenhos japoneses de TV vêm ganhando fama internacional e alguns até têm versões em RPG, tais como Pokemon (que originalmente vem do termo Pocket Monsters, que significa “Monstros de Bolso”). Mas a moda mais recente entre os fãs desses desenhos é um personagem chamado Yugi (nome abreviado de Yu-Gi-Oh), que tem se tornado muito conhecido por suas cartas mágicas e imagens ocultas que estão se tornando verdadeiros tesouros cobiçados entre crianças colecionadoras no mundo inteiro.

A versão em desenho animado de Yu-Gi-Oh apareceu em 2000 e se tornou um sucesso imediato, provocando uma loucura que incluía videogames, gibis e um jogo de cartas, que bateram recordes de venda. Enquanto os RPGs são geralmente produzidos para alcançar os jovens, Yu-Gi-Oh tem como alvo as crianças. É bem comum ver um menino de 6, 7 ou 8 anos colecionando cartas ou obcecado com o desenho ou com os jogos de Yu-Gi-Oh.

Yu-Gi-Oh é a história de um menino chamado Yugi Mutou. Seu avô toma conta de uma loja de jogos e um dia lhe entrega uma caixa dourada, com o símbolo do olho de Anúbis por fora, onde há várias peças. O avô explica-lhe que essas peças são parte de um quebra-cabeça (Enigma do Milênio) que revela um antigo jogo egípcio de guerra de cartas chamado “Monstros de Duelo” (Duel Monsters). O avô desafia Yugi a tentar montar as peças. O neto, então, desvenda o segredo do quebra-cabeça que libera o poderoso espírito de um rei egípcio chamado Yu-Gi-Oh. Aí, toda vez que ele vai duelar, o quebra-cabeça dá poderes especiais a Yugi. Ele se torna especialista no jogo Monstros de Duelo, no qual há criaturas místicas, duelos mágicos e um campo de batalha que está sempre mudando, cheio de armadilhas e ciladas mágicas.8

Tal como Harry Potter, o mundo espiritualmente misterioso de Yugi tem raízes inegavelmente ligadas à bruxaria. No Yu-Gi-Oh as crianças recebem a informação de que esse jogo tão popular hoje foi realmente inventado no Egito antigo, há 5.000 anos, quando os faraós jogavam um jogo que envolvia rituais mágicos, adivinhação e poder de monstros e feitiçaria. Os faraós resolviam os problemas de origem espiritual invocando espíritos mais fortes. Embora os faraós estejam mortos, Yugi descobre, através do quebra-cabeça egípcio antigo, que as forças espirituais que os faraós utilizavam não estão mortas. Quando consegue montar o quebra-cabeça, Yugi recebe muitas energias extraordinárias e se transforma num ser poderoso, Yami Yugi. De acordo com a profecia egípcia antiga, somente o escolhido seria capaz de resolver o Enigma do Milênio.

Num dos episódios do desenho de Yu-Gi-Oh, Yugi está num jogo e sua forma transformada, Yami Yugi, tira uma carta do deck com poder para bloquear o “olho milenial” de Pegasus, que vê tudo. Yugi tira uma carta vencedora: a “Caixa Mística” que libera o “bruxo” dele, que aparece de maneira sobrenatural com sua vara mágica. Em seguida, ele tira a carta “Controle Mental” e lança um feitiço poderoso. “Como é que você se sente, Pegasus”, Yugi zomba de seu inimigo, “agora que o jogo virou e os poderes mágicos de controle da mente são usados contra você?” Quando chega sua vez, Pegasus passa e Yugi tira outra carta favorável: “É uma carta ritual… ritual mágico da escuridão. Para invocar seus grandes poderes devo fazer uma oferta em dobro”. Ele sacrifica dois poderosos monstros de Pegasus e grita em triunfo: “A oferta foi aceita. Surge um novo poder… O bruxo do caos negro…”9

Em Yu-Gi-Oh há muitos monstros em forma de cartas (lembrando alguns jogos de cartas de RPG) que, ao mesmo tempo, são monstros de verdade. De acordo com as informações contidas no RPG de Yu-Gi-Oh, os monstros do Duel Monster eram reais há 5.000 anos, e era com eles que os jogos das trevas eram jogados. Contudo, quando o poder saiu do controle dos faraós, os poderes de todos os monstros foram guardados dentro de tábuas de pedra. Cada uma dessas tábuas tem o desenho esculpido de um monstro e guarda o respectivo monstro. Num dos episódios do desenho de Yu-Gi-Oh é possível ver essas tábuas com os monstros, inclusive a invocação dos monstros aprisionados.10

Algumas cartas de Yu-Gi-Oh levam títulos como Soul exchange [Troca de alma], Ultimate offering [Oferta máxima], Summoned skull [Caveira invocada], Saint dragon [Dragão santo], The God of Osiris [O Deus de Osíris] e Sorcerer of the doomed [Feiticeiro dos condenados]. Essa última carta dá o seguinte aviso: “Esse feiticeiro é escravo das artes das trevas e mestre dos encantamentos para extinguir vidas”. Das cem Cartas-monstros e Cartas-mágicas de Yu-Gi-Oh, vendidas por um site brasileiro, há títulos como Rei Caveira, Witch of the Black Forest [Bruxa da floresta negra], Magician of faith [Mágico da fé], Mask of darkness [Máscara da escuridão], Mystical space typhoon [Tifão espacial místico], Monster reborn [Monstro renascido], Dark hole [Buraco negro], Skull lair [Covil da caveira], Ominous fortunetelling [Adivinhação sinistra], Mystic clown [Palhaço místico], Winged dragon [Dragão de asas], Feral Imp [Demônio selvagem], De-Spell [Removedor de feitiços], Book of secret arts [Livro das artes secretas], Enchanted javelin [Lança encantada].11 Além disso, um dos jogos de Yu-Gi-Oh tem como título Cartas “Bíblia de mil olhos”.

O site oficial do Yu-Gi-Oh informa sobre seu jogo para crianças: “Duelo de Monstros é um jogo de batalha de cartas em que jogadores colocam diferentes criaturas místicas umas contra as outras em duelos mágicos selvagens! Acompanhado de monstros terríveis e poderosas cartas de encantamento, Yugi e seus amigos estão totalmente obcecados pelo jogo”. Mais obcecadas ainda estão as crianças que jogam Yu-Gi-Oh. A fascinação por questões de bruxaria não tem apanhado crianças somente por meio da literatura “infantil”, como Harry Potter, mas também por meio de desenhos e games. Não há dúvida de que em todas estas questões há muito mais envolvido do que só fantasia. Desenhos, revistas, games e brinquedos para crianças que têm tema ocultista são um canal e elo entre influências espirituais indesejadas e vítimas inocentes. Com isso, as crianças são prejudicadas espiritualmente, estejam percebendo ou não os seus pais.

Psicoterapia por meio dos RPGs

O modo como os jogos de interpretação de personagens envolvem o jogador é parecido com as sessões de psicoterapia. A maioria dos conselheiros e psicólogos usa a interpretação de personagens para modificar certos tipos de condutas e idéias na vida das pessoas. Por exemplo, no caso de um viciado em drogas (de uma perspectiva puramente psicológica), o conselheiro o faria viver um cenário imaginário em que um amigo lhe ofereceria drogas. O viciado interpretaria a cena várias vezes e de diversas maneiras até chegar ao ponto em que ele adquirisse experiência suficiente para resistir. Na interpretação de um personagem, a pessoa o representa tanto que passa a assumir seu comportamento. Nos RPGs não é diferente. A interpretação de um personagem virtual pode e tem levado a modificação de comportamento na vida de muitos jovens.12

O perigo dos entretenimentos violentos

Muitos estudos em anos recentes provam que imagens de violência nos games e na televisão estão causando um aumento na violência até mesmo entre crianças.13

Games que contêm temas violentos tendem a tornar os jogadores insensíveis para com a questão da violência e para com as vítimas de atos violentos. Dois estudos publicados em 23 de abril de 2000 provam claramente que os games violentos realmente afetam de modo negativo a conduta de quem os joga. Um dos estudos provou que games com violência explícita produzem um aumento imediato em atitudes e idéias agressivas. Outro estudo constatou que games violentos não só provocam um aumento nas atitudes agressivas como também produzem impacto de longo prazo que afetam, na vida real, as atitudes e relacionamentos dos jogadores.

Professores de psicologia das Universidades de Missouri e Columbia e da Faculdade Lenoir-Rhyne conduziram o estudo em 227 estudantes universitários voluntários que estavam começando cursos de psicologia. Os psicólogos Craig Anderson e Karen Dill constataram que games violentos de computador afetam o jogador, pois este se identifica com o personagem que pratica a agressão. “Uma coisa é você assistir a um filme de um homem que mata todos os seus inimigos, outra é você mesmo assumir a identidade desse homem num game onde você usa a arma e se envolve emocionalmente no ‘prazer’ de matar os outros personagens com as próprias mãos”. Esse tipo de jogo tem as seguintes conseqüências na vida do jogador:

1. Ajuda-o a adquirir atitudes favoráveis ao uso da violência.

2. Ajuda-o a presumir que os outros também têm atitudes semelhantes de agressividade.

3. Ajuda-o a acreditar que as soluções violentas são eficazes e adequadas para resolver os problemas da vida.

4. Ajuda-o a ver as atitudes agressivas para com os outros, tais como brigar e atirar, como atitudes necessárias e adequadas para lidar com os outros.14

Os filmes violentos e imorais da televisão têm um impacto importante na vida dos jovens, porém, os jogos em que eles interpretam um personagem que usa armas e violência os treinam para adquirir características de comportamento do personagem que eles adotaram. Embora nem todo jovem se torne assassino como conseqüência dessa influência negativa, é inegável o fato de que os RPGs podem modificar as atitudes.

Um dos RPGs que conheci era uma corrida de moto em que era preciso chutar, dar socos e usar uma corrente o tempo todo contra os outros competidores. À primeira vista, parecia só diversão, mas os personagens que eu e os outros jogadores tínhamos de assumir eram motoqueiros que, na vida real, se entregavam à anarquia, bebedeira, prostituição e brigas. Se na vida real o cristão e qualquer outra pessoa decente procura não se aproximar de nada que tenha ligação com esses comportamentos, por que deveríamos abrir uma exceção na “diversão”? Se na vida real não podemos chutar e dar socos em outros competidores esportivos, por que deveríamos nos acostumar com essas agressões num entretenimento? Aliás, se soubéssemos que um evento em que queremos entrar é aberto a agressões, é claro que evitaríamos participar. Chutes e socos são atos ilegais em atividades esportivas como corrida e outras competições.

Aproveitando bem o nosso tempo

Contudo, mesmo que os RPGs não tivessem nenhum conteúdo satânico, imoral ou violento, ainda assim precisamos parar para perguntar: “Será que preciso gastar horas num jogo?”. Afinal, a Palavra de Deus esclarece que não devemos evitar somente o que é obviamente mal. Precisamos evitar tudo o que ocupa desnecessariamente muito de nosso tempo: “Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm” (Ef 5.16 - BLH). “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine” (1Co 6.12 - NVI).

Confesso que alguns jogos de computador são tão excitantes que é difícil jogar apenas uma hora. O poder viciador de um RPG aprisiona os jogadores e alegra e enriquece seus fabricantes! Ainda que venham a criar RPGs evangélicos, isso não quer dizer que passar muito tempo jogando é a mesma coisa que passar muito tempo lendo a Bíblia. Será que convém investir muito do nosso tempo em algo que não é errado, mas que não é tão importante quanto passar tempo com Jesus na Palavra de Deus? Além disso, há sempre a necessidade de se cultivar maior tempo de comunhão com a família ou permanecer mais tempo diante de Deus em oração e adoração. É claro que o mesmo princípio também se aplica a outros tipos de entretenimento, além dos RPGs. Seria desigual e injusto passarmos só meia hora por dia meditando na Palavra de Deus enquanto permitimos que programas de TV, ainda que não sejam indecentes, se apoderem de horas de nosso precioso tempo.

Contaminação espiritual

Certa vez, joguei um RPG de computador na casa de amigos evangélicos e, ao prestar atenção, percebi que a cada nível que o jogador passava aparecia, num piscar de olho, um símbolo como o pentagrama e a cruz de cabeça para baixo. Esses símbolos vinham de maneira tão rápida e sorrateira que mal dava para ver, tornando bastante suspeito os motivos de sua colocação e propósito. Ninguém os usaria sem um objetivo em mente. Se o poder da magia é real e forte, quem foi usado para colocá-los estava, conscientemente ou não, dando espaço para influências demoníacas na mente e vida dos jogadores incautos. “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11 - RC).

O mundo espiritual é complexo e há perigos que não são imaginação. A Palavra de Deus ensina que o risco de contaminação espiritual existe e precisamos evitar até mesmo mencionar nomes de demônios (Cf. Êx 23.13). Quando alguém permite em seu lar um objeto consagrado a qualquer entidade espiritual que não seja o único Deus verdadeiro, ele pode desnecessariamente sofrer sérias conseqüências. “Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada.”(Dt 7.26 - RA)

A contaminação espiritual pode ocorrer através dos olhos. “Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará” (Sl 101.3 – RC; grifo do autor). Neste Salmo, o rei Davi mostra que ele tinha todo o cuidado para não trazer para seu lar nenhum tipo de objeto espiritualmente suspeito, a fim de que ele e outros em sua família não contaminassem a alma através dos olhos. Neste caso, pode-se entender contaminação como manter diante de nós um objeto que nos expõe, por vontade própria ou não, a influências espirituais indesejadas. Portanto, podemos ver que Davi jamais pensaria em distrair os olhos e a mente vendo ações violentas, satânicas, imorais ou impróprias dentro de seu próprio lar. É claro que este princípio bíblico não é útil somente no caso dos RPGs, mas em todas as formas de entretenimento, inclusive TV, revistas etc.

Jesus ensina que os olhos são a porta para a alma. Se alguém ocupa os olhos com coisas que são da luz, a luz encherá a sua vida. Por outro lado, se ele deixar que seus olhos se distraiam com coisas da escuridão, sua alma não deixará de ser afetada. Jesus diz: “Os olhos são como uma luz para o corpo: Quando os olhos seus são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Portanto, tenha cuidado para que a luz que está em você não seja escuridão”(Lc 11.34,35 - BLH).

É por isso que o salmista orava ao Senhor: “Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade” (Sl 119.37a - RC). Vaidade aqui significa coisas sem valor para Deus. Então, nossa responsabilidade é ter cuidado, para que a luz que há em nós e no nosso lar não vire escuridão. Afinal, vale a pena contaminar nossas vidas e lares por causa de um entretenimento? Um jogo ou programa inadequado de TV merece esse preço?

Precisamos ser cuidadosos o suficiente para evitar todo tipo de entretenimento suspeito. Na dúvida, é melhor evitar do que se prejudicar. “Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Ts 5.22 - RC).

Tomando o devido cuidado

Colossenses 2.8 revela que se deixarmos que o modo de pensar do mundo nos entretenha continuamente, corremos o sério risco de nos enfraquecer em nossa fé em Cristo. Aplicando às nossas vidas os princípios da Palavra de Deus, não teremos dificuldade de reconhecer um entretenimento inconveniente.

Quando um game é impróprio? Quando incentiva o jogador a agir de um modo não necessariamente ocultista, mas sem ética e moral, como chutar e bater nos outros e tirar as roupas de personagens femininos. Quando incentiva o jogador a cometer atos que, na vida real, são ilegais, como vandalismo, assédio sexual, roubo, destruição de propriedade, mutilação ou assassinatos, a fim de ganhar pontos para avançar.

Os pais precisam ficar sempre alertas para reconhecer e entender o que pode estar influenciando seus filhos. Como poderão ajudar os filhos para que não se prejudiquem com games impróprios?

O quadro abaixo ilustra algumas formas de orientar aos pais que se preocupam e que atentam à educação de seus filhos, alguns conselhos que devem ser seguidos a fim de contribuir com a educação, de acordo com o que está disposto na Palavra de Deus.

1. Orando por eles.

2. Incentivando-os a passar mais tempo lendo a Palavra de Deus, considerando sempre que um dos maiores incentivos é o seu próprio exemplo.

3. Estabelecendo limites adequados para os tipos de entretenimento que podem ser permitidos no lar.

4. Assistindo aos programas de TV e jogando games junto com seus filhos. Fique por dentro do que eles estão vendo, ouvindo e usando. Nessas situações, peça a sabedoria de Deus para transmitir valores morais a eles.

5. Evitando games e programas de TV que tenham conteúdo de violência e atos e insinuações indecentes.

6. Dando atenção a eles. Seu filho provavelmente tem alguns jogos favoritos. Jogue com ele e converse sobre os personagens e como eles lidam com os problemas. Ajude-o a entender como a vida realmente funciona e ensine-o a olhar para Jesus e os personagens justos da Bíblia como modelo de pessoas que sabem enfrentar problemas e batalhas.

7. Limitando o tempo que seu filho passa no computador. Ainda que um game que seu filho jogue não seja violento, passar muito tempo jogando vai aos poucos isolá-lo de um contato saudável com a família, trazendo conseqüência e prejuízos sérios para os relacionamentos.

Envolvendo-se na vida de seu filho e incentivando-o a cultivar atividades que o ajudarão espiritual, emocional e fisicamente.

Notas:

1 Elisângela Marques. Extraído do site http://www.jj.com.br/jj2/agito/agito25102002-01.html
2 http://www.family.org/pplace/pi/films/a0014049.html
3 Pat Pulling, The Devil’s Web (Huntington House: Lafayette, Louisiana, 1989), p. 179.
4 Idem.
5 http://www.chick.com/articles/frpg.asp
6 Dicionário Aurélio, Babylon Dictionary, Webster’s Ninth New Collegiate Dictionary e Encarta Pocket Dictionary.
7 http://www.wnd.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=33032
8 http://www.yugihocards.hpg.ig.com.br/entretenimento/18/index_int_8.html
http://www.villagestreetwear.com/yugthouscar.html.
http://www.angelfire.com/anime5/otakuparadise/yugioh.html
9 http://www.cuttingedge.org/articles/bc001.html
10 http://www.yugihocards.hpg.ig.com.br/entretenimento/18/index_int_7.html
11 http://www.mercadolivre.com.br/jm/item?site=MLB&id=10058202
12 http://www.chick.com/articles/frpg.asp
13 Os estudos foram realizados por importantes entidades como a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria, a Academia Americana de Psiquiatria Infanto-Juvenil e a Associação Americana de Psicologia. http://www.almenconi.com/topics/games/vent24.html
14 http://www.almenconi.com/topics/games/vent20.html


PROFANAÇÃO NO TEMPLO

O profano (iniciante) aproxima-se lentamente com os olhos vendados. Ao entrar na loja, o irmão “experto” toca-lhe o peito com a ponta de uma espada. Então, segue o seguinte interrogatório.





O Venerável pergunta:
– Vês alguma coisa, senhor?

A resposta do profano é imediata:
– Não, senhor.

O Venerável prossegue:
– Sentes alguma impressão?

Profano:
– O contato de um objeto aguçado sobre o peito.

Venerável:
– A arma cuja ponta sentes simboliza o remorso que há de perseguir-vos se fordes traidor à associação a que desejais pertencer. O estado de cegueira em que vos achais é o símbolo do mortal que não conhece a estrada da virtude que ides principiar a percorrer. O que quereis de nós, senhor?

Profano:
– Ser recebido maçom.

Venerável:
– E esse desejo é filho de vosso coração, sem nenhum constrangimento ou sugestão?

Profano:
– Sim, senhor.

Venerável:
– Previno-vos, senhor, que a nossa ordem exigirá de vós um compromisso solene e terrível... Se vos tornardes maçom, encontrareis em nossos símbolos a terrível realidade do dever.

Depois de submetido a muitas indagações, o profano é conduzido ao altar dos juramentos e ajoelha-se com o joelho esquerdo, pondo a mão direita sobre a constituição e a Bíblia, que devem ter em cima a espada. À mão esquerda, o profano segura o compasso, apoiando-o no lado esquerdo do peito. Daí, todos se levantam e ouvem o seguinte juramento:

“Eu, (nome), juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, pela minha honra e pala minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus perante esta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar quaisquer dos mistérios que sempre ocultarei e nunca revelarei qualquer uma das artes secretas, partes ou pontos dos mistérios ocultos da maçonaria que me vão ser confiados, senão a um bom e legítimo irmão ou em loja regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los. Juro também ajudar e defender meus irmãos em tudo o que puder e for necessário, e reconhecer como Potência Maçônica regular e legal no Brasil o Grande Oriente do Brasil, ao qual prestarei obediência. Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado, e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com todos os homens. Amém”.

Em seguida, o neófito é conduzido para uma sala contígua ao templo, onde já se encontram colocadas duas urnas com espírito de vinho aceso. Deitado no chão, sobre um pano preto, deve estar um irmão (maçon), como se estivesse morto, amortalhado com a capa do 1º Experto. Todos os irmãos estarão de pé, sem insígnias, e armados de espada que apontam o neófito. Este é então desvendado pelo Venerável e encontra-se subitamente num ambiente lúgubre, com inúmeras espadas voltadas para ele. E ouve as graves admoestações do Venerável:

“Este clarão pálido e lúgubre é o emblema do fogo sombrio que há de alumiar a vingança que preparamos aos covardes que perjuram. Essas espadas, contra vós dirigidas, estão nas mãos de inimigos irrecon-ciliáveis, prontos a embainhá-las no vosso peito se fordes tão infeliz que violeis vosso juramento”.1

Como bem se expressa o Dr. Boaventura Kloppenburg, temos de ponderar que não estamos lendo alguma peça teatral, nem um documento antigo de sombrias épocas de sangue e vingança, mas o ritual prescrito para iniciação no primeiro grau da maçonaria.

Daí a pergunta que não quer calar: “Pode o cristão submeter-se a um ritual e juramento imbuídos de aspectos explicitamente condenáveis pela Palavra de Deus? Como imaginar até mesmo um pastor diante desse sacramento de iniciação maçônico? Como congregar, sob o mesmo teto, evangélicos, espíritas, muçulmanos, umbandistas, católicos, budistas, entre outros grupos religiosos, em nome de uma entidade divina conhecida pelo título de ‘Grande Arquiteto do Universo’? Será que tais pessoas estão de fato adorando o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? Ou seja, o Deus da Bíblia?”.

Dá para imaginar, por exemplo, um cristão indo a um templo hindu para participar de uma cerimônia? Tal cristão poderia presumir que, seguindo os rituais hindus, estaria adorando a Jesus, ainda que participando de uma oração grupal a Vishnu?

Suponhamos, ainda, que os hindus concordem em mudar o nome Vishnu para Grande Arquiteto do Universo. Ainda que façam isso, certos elementos dos rituais da adoração pagã, como, por exemplo, andar ou dançar em círculos, hão de permanecer. Com a substituição do nome “divino”, seria então aceitável ao cristão participar de uma cerimônia de adoração hindu? E se porventura os hindus permitissem ao cristão participar da liturgia, dos rituais e fazer as orações hindus em nome de Jesus, tal adoração tornar-se-ia cristã?

Escrevendo aos irmãos de Corinto, o apóstolo Paulo disse o seguinte:

“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?” (1Co 10.20-22).

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que consenso há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois o santuário do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor. Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17).

Para abonar essa contestação, devemos antes conhecer alguns segredos dessa entidade tão secreta. Primeiramente, analisaremos vários trechos de livros e manuais da maçonaria, embora muitas obras de sua autoria ainda permaneçam na obscuridade para os de fora. Como referência, tomaremos os livros atuais (nacionais e internacionais), escritos por maçons do mais alto grau, que descrevem o que ocorre dentro das lojas. Ainda que algum maçom negue a autoridade absoluta desse ou daquele autor maçônico, não poderá, no entanto, negar que tais escritos representam a prática e o ensino da maçonaria brasileira e mundial. A análise que faremos será à luz da Bíblia, a única regra de fé e prática dos cristãos evangélicos (2Tm 3.16,17).

O presente artigo nada mais é do que uma reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa poder conciliar ou não o cristianismo e a maçonaria. E também para saber se, ao abraçar as duas, ela está participando de duas religiões ou de uma só.

Se porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito do assunto, que o Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas detalhadamente e, sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por meio da orientação do Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim, querido leitor, você terá condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz da Palavra de Deus (Ef 5.17).

Um pouco sobre a maçonaria

Segundo afirmações dos próprios maçons, a maçonaria não é uma sociedade secreta. “Isso é calúnia dos adversários”, apregoam. Dizem, ainda, em alto e bom som, que a maçonaria é discreta, não secreta. Na Constituição do Grande Oriente do Brasil, art. 17, onde se especifica os deveres das lojas, sob a letra p vem a seguinte norma: “nada expor, imprimir ou publicar sobre assunto maçônico, sem expressa autorização superior da autoridade a que estiver subordinada, salvo Constituições, Regulamentos Gerais, Regimentos Particulares, Rituais, Leis, Decretos e outras publicações já aprovadas pelos Poderes competentes. Toda e qualquer publicação atentatória dos princípios estabelecidos nesta Constituição ou da unidade da Ordem sujeitará os seus autores às penalidades da Lei”.

É rigorosamente proibido aos profanos (não-maçons) tomar parte nas sessões comuns das lojas, como está relatado no art.19, parágrafo único, da Constituição: “As oficinas, sob nenhum pretexto, poderão admitir em seus trabalhos maçons irregulares; deverão identificar os visitantes pela palavra semestral”.

Com essas declarações de documentos oficiais autênticos, chegamos à conclusão de que a maçonaria é uma sociedade verdadeiramente secreta, no sentido próprio da palavra.

Qual a relação entre o cristianismo e a maçonaria?

Para ser aceito na maçonaria, o profano tem de observar alguns deveres preestabelecidos:

1. “Reconhecer como irmãos todos os maçons regulares e prestar-lhes, e também às suas viúvas, ascendentes ou descendentes necessitados, todo auxílio que puder;

2. Freqüentar assiduamente os trabalhos das oficinas; aceitar e desempenhar, com probidade e zelo, todas as funções e encargos maçônicos que lhe forem confiados, além de esforçar-se pelo bem da Ordem em geral, da pátria e da humanidade;

3. Satisfazer com pontualidade as contribuições pecuniárias que, ordinária ou extraordinariamente, lhe forem legalmente atribuídas;

4. Nada imprimir nem publicar sobre assunto maçônico, ou que envolva o nome da instituição, sem expressa autorização do Grão Mestre, salvo quando em defesa da Ordem ou de qualquer maçom injustamente atacado;

5. Ajudar e proteger seus irmãos em quaisquer circunstâncias e, com risco da própria vida, defendê-los contra as injustiças dos homens;

6. Manter sempre, tanto na vida maçônica como no mundo profano, conduta digna e honesta, praticando o bem e a tolerância, respeitando escrupulosamente os ditames da honra, da probidade e da solidariedade humana, subordinando-se com-preenssivamente às disposições legais e aos poderes maçônicos constituídos;

7. Amar os seus irmãos, mantendo bem alta a flama da solidariedade que deve unir os maçons em toda a superfície da terra”.2

Entre os deveres aqui enumerados, temos de acrescentar o que consta no art.1, parágrafo 1, letra g desta mesma Constituição onde se encontra o “requisito essencial” para os profanos, candidatos à iniciação, sem o qual não serão aceitos: “não professar ideologias contrárias aos princípios maçônicos e democráticos”. Se ele infringir essas normas, o art. 32, nº 13, confere ao Grão Mestre Geral, ou ao seu substituto legal, a atribuição de “suspender, com motivos fundamentados, para que sejam eliminados pelos Poderes competentes os maçons que professarem ideologias ou doutrinas contrárias aos princípios da Ordem e da Democracia”.

Assim, como o cristão maçom pode compartilhar suas ideologias cristãs aos companheiros de loja? No Dicionário Filosófico de Maçonaria, de Rizzardo da Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica de Letras, encontramos a seguinte definição para cristianismo:

“A religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim, os princípios cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a existência de Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a religião que o maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder Divino, em Deus, seja qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá”.3

Como podemos ver nessa de-claração, a maçonaria não adota o cristianismo e, conseqüentemente, não aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus. Negar a crença no Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) é impedimento absoluto para a iniciação na maçonaria4, entretanto, é indiferente a crença em Jesus Cristo ou em Buda. Ainda que em seus rituais os maçons falem em Deus ou do Ser Supremo, ignoram a Santíssima Trindade, não mencionando uma vez sequer o santo nome de Jesus. Na verdade, os maçons jamais se dirigem a Deus mediante a Cristo. Diante disso, o verdadeiro cristão não pode aprovar semelhante abstração do cristianismo e muito menos conviver com esse tipo de coisa.

As características distintas dos deuses das diferentes religiões são outra evidência de que eles não são a mesma pessoa. Por exemplo: Brahma, o deus hindu, engloba em si o bem e o mal; Alá, o deus do islamismo, dificilmente perdoa; mas Yahweh, o Deus dos cristãos, é um Deus zeloso (Êx 34.14).

Algumas religiões são politeístas, ou seja, têm vários deuses (como a dos egípcios e a dos gregos). Outras são monoteístas (como o judaísmo e o cristianismo). Os hindus acreditam na reencarnação, sendo que no hinduísmo pode-se regredir e reencarnar em um animal. Os cristãos crêem na ressurreição: à volta do espírito no mesmo corpo. Determinadas religiões acreditam na extinção da vida, enquanto outras pregam a imortalidade da alma ao lado de Deus. Há aquelas que dizem que os homens tornam-se deuses após várias reencarnações. Outras afirmam que só existiu e sempre existirá um único Deus. Diante disso, será que o ser humano pode adorar a deuses tão diferentes (e isso simultaneamente) como se fossem um só?

O sistema maçônico, especialmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, pode ser chamado de “deísta”, ou seja, considera a existência de um deus impessoal, destituído de atributos morais e intelectuais, confundindo-se com a natureza5. Os deístas limitam a participação de Deus à criação, como se Ele tivesse deixado o mundo para ser governado pelas leis naturais.6 Esse sistema difere do “teísmo” cristão, no qual Deus é um Deus pessoal e interfere permanentemente no destino da humanidade.

Para entendermos melhor o deísmo maçônico, vejamos a declaração de Rizzardo da Camino: “Cada religião expressa Deus, com nome diferente, como os israelitas que o denominam de ‘Jeová’; isso não importa, o que vale é sabermos que esse Grande Arquiteto do Universo é Deus”.7

Os cristãos, no entanto, não concordam com essas palavras. Não é a mesma coisa adorar o Deus verdadeiro e um bezerro de ouro, como os israelistas fizeram no deserto (Êx 32.1-10; Ne 9.6-31). O Deus da Bíblia é pessoal e único. Ele se preocupa com as pessoas e não abandonou a humanidade. Parece lógico seguir a todos os deuses, porque assim, no final, aquele que for o deus verdadeiro vai se manifestar em prol de seus seguidores. Mas o Deus das Escrituras não aceita ser comparado e muito menos igualado a outros deuses, simplesmente porque não existem outros deuses (Sl 115. 2-9). O nosso Senhor não aceita concorrência e estabelece que sejamos fiéis ao seu nome: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). “... guarda-te para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O Senhor teu Deus temerás, a Ele servirás, e pelo seu nome jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti” (Dt 6.12-14).

O indiferentismo perante Cristo é impossível: “Quem não é comigo é contra mim” (Mt 12.30), disse Jesus. Mas o verdadeiro maçom, em virtude dos “princípios estabelecidos” pela maçonaria, não pode estar com Cristo seguindo todos os seus ensinamentos e obedecer a todos os mandamentos maçons. Não é possível ser maçom verdadeiro e regular e, ao mesmo tempo, cristão autêntico e convicto.

A maçonaria é uma religião?

O primeiro e principal dever de cada loja maçônica, de acordo com a determinação do art.17, letra a, da Constituição do Grande Oriente do Brasil, é este: “observar cuidadosamente tudo quanto diz respeito ao espírito e à forma da instituição, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição, as leis e as decisões dos Altos Corpos da Ordem”.

Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição: “culto prestado a uma divindade...”. Essa definição encaixa-se perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau maçônico, autor de mais de quarenta livros: “O maçom, dentro do templo maçônico, através da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo”8. Com isso fica provado que o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do que um culto de adoração a uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).

Existe um sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H. Claudy: “As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente, ‘construir para Deus’ significa edificar algo em honra, adoração e reverência a Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a maçonaria adora a Deus”.9 Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: “A ma-çonaria certamente exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É exatamente isso que a Loja faz”.10

Como a maçonaria exige a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma para que o candidato se torne maçom, isto se torna uma grande evidência de que essa entidade é religiosa e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia de admissão e a cada passagem de grau são feitos juramentos que nada mais são do que promessas ou profissões de fé no Grande Arquiteto do Universo e na fraternidade maçônica.

Diante de tudo o que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não de igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas não são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de batismo?

Será que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da maçonaria não estão com as mentes fechadas? Ou será que escondem que a maçonaria é uma religião para que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o cristão maçom pode negar que freqüenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua declaração não muda os fatos.

Os praticantes da maçonaria

Sabemos que a maçonaria aceita qualquer pessoa, independente de seu credo religioso. A loja recebe muçulmanos, espíritas, budistas, entre outros, como membros. E também satanistas, magos e bruxos, inclusive nos mais altos graus. Nomes como Aleister Crowley, Albert Pike, Lynn F. Perkins (fundador da Nova Era), Jorge Adoum (Mago Jefa), Charles W. Leadbeater e o mágico Manly P. Hall11 constam de sua lista de participantes.

William Schnoebelen conta que era bruxo quando foi admitido na maçonaria. Para ele, o G.A.D.U. era o próprio Lúcifer (o diabo). Com o tempo, ele descobriu outros satanistas que também faziam parte do grupo12. Parece difícil conciliar cristãos e satanistas sob o mesmo teto, mas isso realmente acontece na maçonaria. Albert Pike, um dos grandes líderes maçons, escreveu que Lúcifer é deus e “portador da luz” e que a maçonaria deve seguir a doutrina luciferiana:

“A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio pelos homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o caluniariam? Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a lei eterna é que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como dois deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal”.13

No hebraico, o termo Adonai significa literalmente “Senhor” ou “Mestre”. É sinônimo de Yahweh (transcrito como “Senhor” na Bíblia de Almeida) e Elohim (traduzido “Deus”, ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente, que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens! Que contraste com a revelação bíblica, que afirma: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3). E ainda: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).

A maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o cristianismo, porque é impossível conciliar cristianismo e satanismo. O Deus que para nós é o Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão pode submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que na maçonaria pode ser o próprio diabo?

O valor da Bíblia

Na Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: “A opinião maçônica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela”14. Para a maçonaria, a Bíblia é “uma das três grandes luzes emblemáticas”, sendo colocada no mesmo patamar dos seus símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos. Além disso, segundo a doutrina maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro de religião fluente no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o Alcorão, em Israel, a Torá etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um “livro sagrado” para a loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então não é sagrada, já que um objeto sagrado é insubstituível.

Oliver Day Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte: “Nenhuma loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum... Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...”.15 Outro maçom, J.W. Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao declarar: “Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria Maçonaria”.16

Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte da mobília da loja17, a opinião dos cristãos é diferente, pois, de acordo com o apóstolo Pedro, “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21).

A Bíblia é a revelação de Deus aos homens!

Uma questão de escolha

Ser religioso não significa apenas freqüentar um local para prestar culto. É muito mais que isso. Ser religioso é seguir fielmente a doutrina que professa. Se a pessoa crê em Cristo, deve ser de Cristo. Se acredita no Alcorão, deve ser islâmica. Não importa se o caminho que escolheu é certo ou errado. Deve ser firme, convicta. Lembremo-nos do que Cristo disse em Mateus 12.30: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”.

Muitos maçons se dizem religiosos porque são líderes em suas Igrejas e ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus, mas no ambiente maçônico ajoelham-se diante do pentagrama e adoram os símbolos dos deuses do Egito e do pecado.

É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o assunto, muitos cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em prol da obra do Senhor Jesus. Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem em ser causa de divisão (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar abertamente que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem permanecer na loja. É mesmo o fim dos tempos. Quantos estão apostatando da fé. Suas mentes estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).

A verdade é que os maçons têm a maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na como uma religião, freqüentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que encontraram nessa entidade “paz” e “comunhão” que não encontraram na Igreja!18 Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá? O que Jesus diz em João 14.27?

A Palavra de Deus afirma que aquele que não concorda com as sãs palavras de Cristo é causador de questões e contendas (1Tm 6.3-5). Se a maçonaria se torna, cada vez mais, motivo de confusão e controvérsia entre os irmãos cristãos, por que insistir nessa dissensão? “Porque Deus não é de confusão; e, sim, de paz” (1Co 14.33). Dissensões e facções são obras da carne (Gl 5.19-21). O cristão que abraça a maçonaria escandaliza outros irmãos e coloca dúvidas nos recém-convertidos, que se confundem com opiniões divergentes dentro da Igreja.

O cristão maçom não leva apenas problemas para a Igreja, mas também para a sua casa. Ao chegar da loja, não pode contar nada do que aconteceu lá. É uma situação difícil para o lar cristão: o marido escondendo coisas da mulher. A esposa é aquela para quem ele jurou fidelidade e lealdade. É a sua companheira até que a morte os separe que não pode saber o que ele está fazendo fora de casa. Além da esposa, os filhos e outros familiares passam a viver em um ambiente de mistério e segredos. E isso não agrada o nosso Deus, que quer que sejamos sinceros e falemos sempre a verdade.

Os enigmas de Sansão trouxeram sérios problemas para a sua vida familiar (Jz 14.10-14). Não podemos nos esquecer disso!


GRAUS DO RITO ESCOCÊS

LOJA OU GRAUS SIMBÓLICOS

1. Aprediz
2. Companheiro
3. Mestre

GRAUS CAPITULARES

4. Mestre Secreto
5. Mestre Perfeito
6. Secretário Íntimo
7. Chefe e Juiz
8. Superintendente do Edifício
9. Mestre Eleito dos Nove
10. Ilustre Eleito dos Quinze
11. Sublime Mestre Eleito
12. Grande Mestre Arquiteto
13. Mestre do Arco Real de Salomão
14. Grande Eleito Maçon
15. Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16. Príncipe de Jerusalém
17. Cavaleiro do Leste e Oeste
18. Cavaleiro da Ordem Rosa Cruz

GRAUS FILOSÓFICOS

19. Grande pontífice
20. Grande Ad-Vitam
21. Patriarca Noachita ou Prussiano
22. Cavaleiro do Machado Real
23. Chefe do Tabernáculo
24. Príncipe do Tabernáculo
25. Cavaleiro da Serpente de Bronze
26. Príncipe da Misericórdia
27. Comandante do Templo
28. Cavaleiro do Sol
29. Cavaleiro de Santo André
30. Cavaleiro Cadosh

GRAUS SUPERIORES

31. Inspetor Inquisidor
32. Mestre do Segredo Real
33. Grande Soberano Inspetor Geral

SÍMBOLOS DA MAÇONARIA

ESQUADRO
Significa a retidão, limitada por duas linhas: uma horizontal que representa a trajetória a percorrer na Terra, ou seja, o determinismo, o destino; e a outra vertical, o caminho para cima, dirigindo-se ao cosmo, ao universo, ao infinito, a Deus.

COMPASSO
Traça círculos e, abrindo e fechando, delimita espaços. Representa o senso da medida das coisas. Significa a medida das coisas.

NÍVEL
Representa a igualdade. Todos os homens devem ser nivelados no mesmo plano.

PRUMO
Indica que o maçom deve ser reto no julgamento, sem se deixar dominar pelo interesse, nem pela afeição.

CINZEL
Sugere o trabalho inteligente.Instrumento manejado pelo aprendiz com a mão esquerda. Como o cinzel é uma ferramenta que exige uma participação de outra (o malho), representa a inteligência humana, que isolada nada constrói.

PENTAGRAMA
Representação de um homem de pé com as pernas abertas e os braços esticados: indica o ser humano e a sua necessidade de ascensão.

COLUNAS
São três colunas no templo maçônico.Uma significa o lado masculino, a força; a outra o feminino, a beleza; a terceira, a sabedoria.

SOL
É a fonte da vida, a positividade da existência do homem.

AVENTAL
Usado por todos os maçons durante as sessões, o avental representa a pureza, a inocência.

ESPADA
É o símbolo da igualdade, da justiça e da honra. Corresponde à consciência e à presença divina na construção do templo.

DELTA LUMINOSO
Representa a presença de Deus, demonstrando a sua onisciência. É um triângulo com um olho no centro.

Notas:

1 A Maçonaria no Brasil – Orientação para os católicos. Ed. Vozes,
2 Constituição do Grande Oriente do Brasil. 5ª Ed. 1958, p. 12.
3 Camino, Rizzardo da. “Dicionário Filosófico de Maçonaria”. Ed. Madras, p. 47.
4 Camino, Rizzardo da. “Maçonaria mística”. São Paulo: Editora Madras, 1996, p.137.
5 Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p.313; Cabral, J. “Religiões, seitas e heresias”. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Universal, 1993, p.27.
6 Horrell, J. Scott. “Maçonaria e fé cristã”. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1995, p.35.
7 Camino, Rizzardo da. “Maçonaria mística”. Ed. Madras, p. 137.
8 Camino, Rizzardo da. “Breviário maçônico”. 2a.Ed. São Paulo: Editora Madras, 1997, p.194.
9 Claudy, Carl H. Foreign Countries: A Gateway to the Interpretation and Development of Certain Symbols of Freemasonry. Richmond (U.S.A.), Macoy Publishing, 1971, p. 29.
10 Coil, Henry Wilson. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 512.
11 Schnoebelen, William. “Maçonaria, do outro lado da luz” (Masonry - Beyond The Light). 2ª. Ed. Curitiba: Editora Luz e Vida, 1997, p. 207; Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p. 306; Adoum, Jorge. “Do mestre secreto e seus mistérios - esta é a maçonaria”. São Paulo: Editora Pensamento, 1997, p. 24.
12 Schnoebelen, William. “Maçonaria, do outro lado da luz” (Masonry - Beyond The Light). 2ª. Ed. Curitiba: Editora Luz e Vida, 1997, p.42.
13 A.C. de LaRive. La femme et l‘ enfant dans la Franc, Maçonneirie Universele, Paris, 1889, p.588.
14 Coil, Henry Wilson. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 520.
15 Oliver Day Street. Simbolism of the tree degrees, Masonic Service Association, Washington, 1924, p.44-45.
16 Ankerberg, John; Weldon, John. “Os ensinos secretos da maçonaria” (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p. 133.
17 Mackey, Albert. Mackeys Revised Encyclopedia of Freemasonry. Richmond (U.S.A): Macoy Publishing, 1966, p. 133. Vol. 1..seseicho-no-ie seendo uma religi simbolo rasileiros e catolicismo romano.m o antigo, assim sendo
18 Claudy, Carl H. Foreign Countries: A Gateway to the Interpretation and Development of Certain Symbols of Freemasonry. Richmond (U.S.A), Macoy Publishing, 1971, p.124.

Bibliografia:

Dicionário Filosófico de Maçonaria. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Dicionário Maçônico. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Fundamentos da Maçonaria. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Iniciação Maçônica. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Maçonaria Mística. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Rito Escocês Antigo e Aceito. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Catecismo Maçônico. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.
Iniciação Maçônica. Rizzardo da Camino. Ed. Madras.

Da Redação ICP

A LOUCURA DOS QUE NÃO CRÊEM

“Diz o néscio no seu coração: Não há Deus”(Sl 14.1)

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em 2000, dá conta de que aumentou o número dos ateus, pessoas que afirmam abertamente não crer na existência de algum deus ou de um mundo sobrenatural.

A maioria desse contingente é atéia na prática, ou seja, não apresenta nenhum tipo de fé religiosa e não “perde” tempo refletindo sobre a existência de Deus. São pessoas que, de fato, assumiram um modus vivendi em que não há espaço para a religião. Mas, apesar de suas convicções, não apresentam argumentos sólidos para o seu ateísmo.

Um número mais reduzido desse grupo, tanto no Brasil quanto no exterior, pode ser classificado como ateus filosóficos, isto é, pessoas racionalmente preparadas para justificar sua descrença, pois se ocupam em formular argumentos lógicos que justifiquem a sua posição. Poderíamos, ainda, chamar os ateus filosóficos de “incrédulos conscientes”.

Também, vale destacar um outro tipo de ateu, mais agressivo, detectado pela pesquisa em pauta: o militante. Esses ateus não somente não crêem na existência de Deus como também são contra aos que crêem. Tanto é que procuram persuadir os outros para a sua “fé sem deus”. Então, criaram o site Sociedade da Terra Redonda, cujo objetivo é reunir todos os ateus em sua militância. O site possui 820 colaboradores e recebe cerca de 75.000 visitas por mês.

Salientamos que os ateus militantes parecem dirigir toda a sua animosidade principalmente aos cristãos. Seus sites estão repletos de refutações à Bíblia e, entre eles, existem pessoas que se ocupam em desmentir os milagres de cura que ocorrem nas igrejas evangélicas e também em apontar as falhas da Igreja Cristã através da História, entre outras coisas. Além de negarem a existência de Deus de forma geral (pois ateu significa “sem Deus”), acabam se tornando, na maioria das vezes, antideus, isto é, contra Deus, ou, mais precisamente, anticristãos.

O ateísmo hoje

O ateísmo, como vem sendo propagado atualmente, não se contenta apenas em não crer na existência de Deus. Prega que a religião não é só inútil, mas também é má. E, ao lado de sua crítica à religião, divulga uma crença que dá possibilidade ao homem de resolver seus próprios problemas sem necessitar de uma força exterior. Em verdade, é um humanismo, não um humanismo que valoriza o ser humano, mas um humanismo que opõe Deus e homem, colocando este último como senhor e salvador de si mesmo.

O Credo Americano Ateísta corrente declara:

“Um ateísta ama a si mesmo e ao seu próximo ao invés de amar um deus. Um ateísta aceita que céu é uma coisa pela qual nós devemos trabalhar agora, aqui na terra, para que todos os homens possam desfrutar juntos. Um ateísta admite que ele não pode conseguir ajuda pela oração, mas que devemos encontrar em nós mesmos a convicção interior e a força para achar a vida, para resolver seus problemas, para subjugá-la e para desfrutá-la. Um ateísta aceita que somente no conhecimento de si mesmo e de seu próximo os homens podem encontrar o entendimento que o ajudará em uma vida de plenitude”.

Um aspecto importante que precisa ser mencionado: os ateus não negam apenas a existência de Deus, mas de qualquer realidade que não seja material, isto é, que não possa ser percebida pelos cinco sentidos. Para eles, não existe uma dimensão espiritual, habitada por anjos ou demônios. A única coisa que existe é o mundo físico, tangível, e nada mais além disso.

O impacto do pensamento científico

“A fundação indestrutível do edifício inteiro do ateísmo é a sua filosofia: o materialismo, ou naturalismo, como também é conhecido. Essa filosofia considera o mundo como ele é na verdade, visto na luz dos dados providos pela ciência progressiva e experiência social. Materialismo ateísta é o resultado lógico de conhecimento científico ganho durante os séculos” (grifo do autor).

A colocação acima pertence ao artigo “Materialismo versus idealismo”, de Madalyn Murray O’Hair, fundadora da organização American atheists (“Ateístas americanos”), que serve de inspiração para os ateus brasileiros. Com essa afirmação, a autoria lança uma das pedras de toque do pensamento ateísta: o conhecimento científico.

Embora não signifique que todos os envolvidos com o pensamento científico sejam ateus, o contrário geralmente é verdade. Os ateus atribuem sua incredulidade quanto às coisas divinas e espirituais alegando que as mesmas não podem ser comprovadas cientificamente. Basta lembrar que Yuri Gagarin, o primeiro russo a andar no espaço, fez questão de dizer “Não vi nenhum Deus”.

Desde o período do Iluminismo1, o conhecimento científico foi adquirindo mais e mais prestígio. Os benefícios trazidos pela tecnologia criaram um sentimento geral de que o homem poderia, sozinho, resolver seus próprios problemas, bastando, para isso, ter o conhecimento necessário. De repente, o Universo não era mais um objeto misterioso movido pelas mãos do Altíssimo, mas uma máquina perfeita regida por leis que podiam ser medidas e utilizadas em proveito próprio. O século XVIII viu surgir a filosofia materialista de Hume2, na qual não havia lugar para quaisquer coisas que não fossem tangíveis, palpáveis. A física de Newton e a química eram ciências suficientes para explicar todos os fenômenos.

É óbvio que a descoberta das leis da física e da química não é um fundamento aceitável para negar a existência de Deus. Toda lei tem seu legislador e a coisa mais fácil de concluir é um Universo regido por leis estabelecidas pelo Criador. Mas muitos, no afã de menosprezar a fé, lançaram mão desse instrumento para afirmações ateístas.

Há um site americano que divulga uma lista de “celebridades ateístas” que inclui filósofos (Thomas J. Altizer, Paul e Patrícia Churchland, Paul Edwards, Antony Flew, Michael Martin e Kai Nielsen), cientistas (Francis Crick, Richard Leakey e Stephen J. Gould), políticos (Fidel Castro e Tom Metzger), famosos (Woody Allen, Ingmar Berman, Bill Blass, Marlon Brando,Warren Buffett, George Carlin, Dick Cavett, George Clooney, Patrick Duffy, Katherine Hapburn, Arthur Miller, Jack Nicholson e Penn and Teller) e homens de negócio (Bill Gates, entre outros também conhecidos).

Todavia, ser cientista não obriga ninguém a ser ateu. Se isso fosse verdade, todos os cientistas seriam ateus, o que não é um fato. Inclusive, um dos maiores pensadores do século XX, autor do best-seller Uma breve história do tempo, não vê qualquer dificuldade em crer na existência de Deus. Muito pelo contrário: “O pai da cosmologia moderna, o inglês Stephen Hawking, acha fascinante a chamada hipótese teológica, a idéia de que entender Deus seria o alvo supremo da física, mas alega que o caminho para chegar lá é a ciência, e não a metafísica ou o misticismo. Quando lhe perguntam se Deus teve um papel no Universo antes do Big Bang, a suposta explosão primordial que teria criado o cosmo, Hawking admite que sim: acho que só Ele pode responder porque o universo existe” (grifo do autor).3

Sobre este assunto, uma citação do teólogo Charles Hodge, que deveria ser observada por aqueles que defendem o pensamento científico:

“Desde os primórdios da ciência moderna, vêm emergindo constantemente aparentes discrepâncias entre a natureza e a revelação, o que, por algum tempo, tem ocasionado grande escândalo a crentes zelosos; em cada exemplo, porém, sem a menor exceção, tem sido descoberto que o erro se encontra ou na generalização apressada da ciência, devido ao conhecimento imperfeito dos fatos, ou na interpretação tendenciosa das Escrituras”.4

O efeito Darwin

“Após ter lido A origem das espécies, de Charles Darwin, Marx escreveu uma carta ao seu amigo Lassalle na qual exulta porque Deus - ao menos nas ciências naturais - recebeu o golpe de misericórdia”.5

Não que essa fosse a intenção do naturalista Charles Darwin, mas suas idéias foram e ainda são utilizadas pelos ateus do mundo inteiro como argumento para provar que o simples fato de o mundo existir não demanda a existência de um Criador. Segundo a teoria da Evolução das Espécies, o mundo é o resultado de bilhões de anos de evolução, pela qual as formas de vida mais simples evoluíram para as formas de vidas mais complexas, até chegarem no homem.

Essa questão ferveu na Inglaterra do século XIX e, depois, no mundo inteiro. Conceber o Universo em termos evolutivos foi o padrão que, desde então, serviu para considerar a evolução como algo inerente à natureza de todas as coisas. Assim, não havia a necessidade de um agente externo, ou seja, Deus. Com sua teoria, Darwin proporcionou aos incrédulos aquilo que ainda lhes faltava: uma “base científica” para a negação de Deus.

Isso, no entanto, não significa que Darwin estava negando a existência de Deus. Em verdade, ele estava atribuindo o fato biológico ao Criador. Mas aqueles que buscavam ensejo para anular o argumento da criação como prova da existência de Deus usaram sua teoria como base. Logo, ser ateu por causa da evolução era uma opção de crença, e não uma conseqüência da teoria de Darwin. Até porque havia muitos teístas (pessoas que admitem a existência de um Deus pessoal como causa do mundo) entre aqueles que acreditaram na evolução.

Nosso propósito aqui não é discutir sobre a teoria da Evolução das Espécies. Mas é importante saber que, mais de cem anos depois, muitas dúvidas ainda pairam sobre essa teoria, insuficiente para explicar a origem do homem. Embora admita a evolução, o historiador sueco Karl Grimberg, no princípio de sua História Universal, comenta o seguinte: “se (conjunção condicional) a estrutura anatômica do homem é o culminar de uma longa evolução, foi, no entanto, repentino o nascimento da sua inteligência. Tudo faz supor que o limiar por onde se ascendeu diretamente o pensamento foi transposto de uma só vez” (grifo do autor).6

Grimberg fez essa declaração em 1941. Mas é impressionante a recente observação da revista Veja sobre o comentário de um dos maiores neodarwinistas da atualidade: “... o biólogo Ernst Mayr, da Universidade de Harvard, também concorda que apenas o desenrolar das leis naturais talvez explique o surgimento da vida na Terra – mas isso certamente não pode ser invocado para explicar o aparecimento de seres inteligentes. Lendário pelo ceticismo, Mayr não fala em milagre. Nem pode. Ele é considerado o maior neodarwinista vivo. Mas seu cálculo sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é quase uma sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais” (grifo do autor).7

A espada de Karl Marx

De todos os movimentos que se rebelaram contra a crença em Deus, o marxismo foi o mais relevante. Toda a ideologia marxista e as demais que dele se originaram (comunismo, socialismo, leninismo e maoísmo) apresentavam uma aversão profunda contra toda e qualquer religião, principalmente o cristianismo. O ateísmo foi ensinado nas escolas e inculcado nos cidadãos que viviam sob essa orientação ideológica desde a mais tenra idade e em todo lugar. Muitos dos argumentos que os ateus atuais lançam contra Deus eram comumente utilizados pelos países comunistas/socialistas.

“O ateísmo de Marx certamente era de uma espécie extremamente militante. Ruge escreveu a um amigo: Bruno Bauer, Karl Marx, Christiansen e Feuerbach estão formando uma nova ‘Montagne’8 e fazendo do ateísmo o seu lema. Deus, religião e imortalidade são derrubados de seu trono e o homem proclamado Deus”. E George Jung, um jovem próspero, advogado de Colônia e partidário do movimento radical, escreveu a Ruge: “Se Marx, Bruno Bauer e Feuerbach, juntos, fundarem uma revista teológico-filosófica, Deus faria bem em cercar-se de todos os seus anjos e se entregar à autopiedade, pois estes certamente o tirarão de seu céu [...] Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma das mais imorais que existe” (grifo do autor).9

Como vemos, nem sempre o ateísmo existiu como uma crença passiva, como uma indiferença à religião. Dentro do conceito marxista, o ateísmo deveria substituir a crença em Deus, nem que para isto fosse necessário usar de violência. Não precisamos registrar aqui os milhares de mártires resultantes da implantação da ideologia comunista. Como escreveu Richard Wurmbrand, fundador da Missão a Voz dos Mártires: “Poso entender que os comunistas prendam padres e pastores como contra-revolucionários. Mas por que os padres foram forçados a dizer a missa sobre excrementos e urina, na prisão romena de Piteshti? Por que cristãos foram torturados para tomarem a comunhão com esses mesmos elementos? Por que a obscena zombaria da religião?”.10

O ateísmo militante no Ocidente

O atual movimento ateísta pode não ser algo tão inofensivo quanto se imagina. Marx foi um filósofo, não um carrasco. Mas não podemos dizer o mesmo de muitos de seus filhos ideológicos, como, por exemplo, Lênin e Stalin, na ex-URSS, e Mao Tse Tung, na china. A perseguição religiosa durante os seus governos, e também depois, mostra claramente que o ateísmo pode tornar-se tão intolerante quanto qualquer religião.

O ateísmo morreu com a queda da cortina de ferro para, agora, renascer no Ocidente, apoiado pela liberdade democrática, com o risco de tornar-se uma crença intolerante e agressiva.

A postura acadêmica de muitos ateus ocidentais da atualidade está em agudo contraste com alguns dos mais coloridos ateístas dos tempos passados. A fundadora da organização American atheists (“Ateístas americanos”), Madalyn Murray o’Hair, ficou conhecida mais por sua linguagem grosseira e ultrajes explosivos contra manifestações públicas de religião do que por suas proezas intelectuais. Ela veio a público em 1963, mas foi em 1959 que sua causa judicial, envolvendo seu filho, chegou à Suprema Corte. No caso Murray versus Curlett, a Corte declarou ilegal a oração obrigatória nas escolas públicas e, com isso, incentivou Murray, com uma carreia de mais de 30 anos, a criar uma América livre de religião.

Murray, freqüentemente, debatia em público, denunciando, de forma voraz, o cristianismo e lutando em favor do ateísmo. Iniciou muitos processos para que a sociedade americana ficasse livre de qualquer religião. Em um deles, a solicitação para que as notas e moedas americanas não trouxessem a frase “Em Deus nós confiamos”.

Chegou a afirmar, algumas vezes, que a American atheists tinha mais de 75.000 adeptos, porém, o mais exato é que tivesse apenas cerca de 5.000.

Em 1995, ela e sua família desapareceram com grandes porções dos fundos de suas várias organizações, exceto seu filho William Murray (objeto de seu processo judicial inicial), isolado por ela por ter-se convertido a Cristo. Os desaparecidos foram considerados assassinados.

Bases históricas dos ateus

Alguns sites, como o www.oateufeliz.com.br, por exemplo, fazem menção das mortes efetuadas pela Inquisição católica e pela colonização protestante na América para combater a crença em Deus. Todavia, querer provar que Deus não existe por esse motivo é um tanto quanto sem fundamento. Os ateus não podem esquecer que Stálin, Lênin e Mao Tse Tung mataram milhões de pessoas inspirados no socialismo ateu, conforme divulgado por Karl Marx.

Da mesma forma, o Nazismo dizimou a raça judaica e milhares de outras minorias por conta de suas teorias racistas, baseadas no darwinismo e no filósofo ateu Friederich Nietzsche.11 Mas não podemos negar a existência de Marx, Darwin e Nietzsche pelo fato de seus escritos terem sido utilizados de forma perversa.

Na verdade, as guerras e os massacres ocorrem motivados pelo desejo de poder e pela ambição por riquezas. A religião apenas serve de justificativa para tais atos, assim como o ateísmo serviu de motivo para que milhares de cristãos fossem massacrados em países comunistas. Assim, se a religião, por motivos históricos, pode ser classificada como nociva, o ateísmo também pode. Se, porém, separarmos os frutos bons dos ruins, veremos que a fé em Deus produziu os melhores.

Se os homens erraram dentro da História do Cristianismo, isso apenas indica que eles estavam fora dos padrões de Deus, e não um fundamento que sirva para provar que Deus não existe. Uma coisa é dizer que Deus não existe. Outra bem diferente é mostrar que o homem não tem obedecido a Deus como deveria.

Deus realmente existe

As Escrituras não procuram, em nenhum ponto, provar a existência de Deus. Ela apenas o admite. Os santos do Antigo e do Novo Testamento que falaram inspirados por Deus não diziam que acreditavam em sua existência, mas que o conheciam – o que depreende bem mais. Com certeza, o conhecimento de Deus, conforme a Bíblia, é algo diferente do conhecimento científico baseado nos sentidos.

Mas, então, para que tentar provar a realidade de Deus?

Em primeiro lugar, porque muitos são sinceros em suas dúvidas.

É verdade que alguns não querem crer e, por isso, procuram desculpas para sua atitude. Outros querem acreditar sim, mas, infelizmente, encontraram diversos motivos para não fazê-lo. É aí que entramos com a evidência.

Em segundo, porque tudo aquilo que fortalece a nossa fé é útil. É por isso que muitos buscam provas, não para crerem, mas porque já crêem.

E em terceiro, porque esta é uma maneira de estarmos conhecendo um pouco mais da natureza de Deus e, com certeza, isso é algo bom e recomendável.

1. A criação

Alguém que ainda não tenha lido a complicada teoria de Darwin achará óbvio a existência de um Criador. Toda criação pressupõe um criador. Esta maravilha toda não pode ter surgido por acaso. Como já disse alguém: “Faz tanto sentido concluir que o cosmo é o mero resultado de uma explosão quanto achar que um livro pode surgir da explosão de uma gráfica”. Independente do que digam os ateus ou os cientistas, a criação é uma prova inegável da existência de Deus. “Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder quanto a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20).

2. Desígnio e ordem

O Universo não apenas existe, mas existe com ordem, com desígnio, com evidências de uma inteligência criadora. A ordem no Universo mostra que ele fora criado com inteligência e com propósito, não surgiu e se tornou o que é por mero acaso. “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo pela sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). Um mero sacerdote do século VII a.C. percebeu e registrou isto de forma poética e inspirada, mas os céticos modernos se recusam a aceitar o óbvio.

“Galeno, célebre médico de inclinações ateísticas, depois de ter feito a anatomia do corpo humano, examinando cuidadosamente seu arcabouço, visto quão adequada e útil é cada parte, percebido as diversas intenções de cada pequenino vaso, músculos e ossos, e a beleza do todo, viu-se tomado pelo espírito da devoção e escreveu um hino ao seu Criador”.12

3. Senso comum

“Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles (nos homens) se manifesta, porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.19).

Desde o Iluminismo, a “crença” dos incrédulos era que, à medida que o conhecimento científico fosse aumentando entre a população, a religião entraria em decadência. Engano. O contrário sim, é verdade. E isso é testemunhado pelas próprias estatísticas.

Embora um ateu rejeite isso como prova, a verdade é que a própria natureza humana é um inegável testemunho a favor da existência de um ser supremo. Em todos os povos e em todas as épocas, a idéia de um Ser supremo sempre esteve presente, independente do grau de desenvolvimento. Mas não havia ateus materialistas? Sim, mas em um grau tão pequeno que não passavam de exceções confirmando a regra. Podemos até afirmar que o ateísmo é antinatural, é contra o comportamento e a noção comum do ser humano.

“No início do século XX acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse ciência e erudição menor seria o papel da religião. De lá para cá, a tecnologia moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação inimaginável 100 anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global...” (grifo do autor).13

Os ateístas apresentam páginas e páginas de teorias para negar a existência de Deus. Mas todas elas despedaçam-se diante dos fatos. A crença do homem em Deus pode até ser confundida, mas a realidade mostra que jamais pôde ser apagada. Sobre isso se pronunciou o teólogo Evans:

“O homem, em toda parte, acredita em um Ser supremo ou seres a quem é moralmente responsável e a quem necessita oferecer propiciação. Tal crença pode ser crua ou grotescamente representada e manifestada, mas a realidade do fato não é mais inválida por tal crença do que a existência de um pai é invalidada pelas cruas tentativas de uma criança para desenhar o retrato de seu pai”.14

Raciocínios fúteis e corações insensatos

No decorrer da história cristã, os teólogos desenvolveram enormes argumentos filosóficos e naturais para provar a existência de Deus. Muitos desses argumentos apresentam uma profundidade de pensamento impressionante. Só por esse aspecto é fácil concluir que o conhecimento natural não é, de forma nenhuma, inimigo do conhecimento de Deus. O que impede muitos eruditos de admitir esta verdade é o orgulho e a presunção, pois, em verdade, não existem barreiras intelectuais reais que os impeçam de admitir-se a existência de Deus. Sobre isso, deixamos a palavra de Paulo, o sábio e erudito apóstolo que lançou os fundamentos da teologia cristã.

“Pois tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes seus raciocínios se tornaram fúteis, e seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.21,22).

Notas:

1 Revolução intelectual que ocorreu na Europa nos séculos XVII e XVIII. Graças ao iluminismo, a religião e as ciências separaram-se e isso causou mudança na maneira de pensar, agir e encarar o mundo. A partir do iluminismo, os homens tentaram encontrar explicações científicas para, por exemplo, os fenômenos da natureza, o que causou avanço científico.
2 David Hume, nascido em 1711, em Edimburgo, na Escócia. Estudou no colégio de Edimburgo - um dos melhores da Escócia, posteriormente transformado em Universidade. Sua ideologia filosófica estava centrada no empirismo, que admite apenas que a origem do conhecimento provenha unicamente da experiência, seja negando a existência de princípios puramente racionais, seja negando que tais princípios, embora existentes, possam, independente da experiência, levar ao conhecimento da verdade.
3 Revista Veja 19/12/01, p. 133.
4 Teologia Elementar, E. H. Bancroft, IBR, p. 22
5 Marx e Engels, Diltz publ. Berlim 1972, vol 30, p. 578.
6 História universal, Carl Grimberb, p. 8.
7 Revista Veja 19/12/2001, p. 132.
8 Idem
9 Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan, Vozes, p. 54.
10 Era Karl Marx um satanista?, p. 47.
11 Revista Defesa da Fé, Set/02.
12 Teologia Elementar , E. H. Bancroft, IBR, p. 20.
13 Revista Veja 19/12/03, p. 125.
14 Teologia Elementar , E. H. Bancroft, IBR, p. 20.


Por Eguinaldo Hélio de Souza - ICP

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